Quando eu era criança, eu ia à missa com minha família. E tinha algo que me marcou.

O padre perguntava para todos os fiéis:
— Quem aqui quer ir para o céu?
E, claro, todos levantavam as mãos.
Mas logo ele completava:
— Pois, para ir para o céu, é preciso morrer. Quem quer morrer?
Nesse instante, todas as mãos iam para baixo.

Essa lembrança às vezes volta quando eu penso nos relacionamentos.
Todo mundo quer um amor verdadeiro. Todo mundo diz que quer um casamento leve, uma família harmônica, um vínculo profundo. Mas, na prática, poucos estão dispostos a “morrer”, abrir mão das expectativas que têm sobre o outro.

Porque amar de verdade é isso: é deixar morrer o desejo de mudar quem está ao nosso lado, é concordar com ele do jeito que é.
É mais que aceitar o outro é concordar (colocar o coração ao lado do coração do outro) e entender como ele é — com a história que carrega, os vínculos que o formaram, os jeitos que talvez não se encaixem nos nossos.
É agradecer a tudo que fez ele chegar até aqui, mesmo o que nos desafia.
Quem ama querendo mudar o outro já começou a história com o amor em risco.

🩷 “O amor começa quando a expectativa morre — e nasce, em seu lugar,  reconhecimento por quem o outro é.”

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